1957/10/13 Vilafranquense 3 x Palmense 0

Feliciano, 1957
Jornada 6
Vilafranquense 3 x Palmense 0
13/10/1957

A contar para a prova em curso, Campeonato Distrital da 1ª Divisão - 1ªs categorias - realizaram-se no passado domingo os jogos referentes à 6 jornada, que se cifravam nas marcas seguintes: Futebol Benfica, 4 - Alverca, 3; Casa Pia, 1-Olivais, 1; Sintense, 0-Operário, 1; Sacavenense,4-Alhandra, 2; e Vilafranquense, 3-Palmense, 0;

Para o  jogo  efectuado  no Campo do Cevadeiro em que os Vilafranquenses tiveram por adversário a aguerrida equipa do Palmense, a turma da casaalinhou com: Matos; Benjanim e Arnaldo; M. Matos, Soares  e  Feliciano ;  Graça, Nuno, Torrão, E. Santo e A. Augusto.

Como já vai sendo tradicional aos visitantes foi ofertado, pelo União Vilafranquense, um artístico galhardete para vincar a data em que se defrontraram , pela primeira vez, os dois clubes. Nos primeiros 45 minutos, tempo em que os visitantes mais vezes se abalançaram ao ataque, descuidando a zona defensiva, para a qual traziam prévia lição, os vi1afranquenses foram superiores. Algumas jogadas à margem das leis, deram aso a pequenas escaramuças, que o homem do apito não quis ou não soube reprimir.

Cedo os vilafranquenses procuraram marcar ascendente, e assim, a coroar uma das tantas avançadas do seu grupo,      desperdiçadas umas vezes por falta de sorte e outras por ineficácia de remate dos seus dianteiros, A. Augusto        conseguiu, à sua maneira, abrir    o activo, iam decorridos 31 minutos. Até ao final deste    tempo nada de algo        se passou, à parte um remate de    Torrão que merecia melhor sorte.

Quando as equipas voltaram ao terreno, após o intervalo, pressentia-se, no "onze" local, o deseio de aumentar a contagem. Decorridos escassos minutos, Nuno, ao executar um pontapé de canto, fê-lo de maneira a que Venâncio, guardião visitante, viesse a defender para além da linha fatal, acossado por M. Matos.

Passou pela assistência a ideia de que os "alvi-rubros" conseguiriam um resultado volumoso, mas se não fora as    flagrantes oportunidades perdidas pelos dianteiros da casa, do 3-0 final, o resultado poder-se-ia cifrar em margem elevada.

Como curiosidade  deste encontro, temos a anotar o primeiro golo, neste campeonato, da autoria de Torrão, o qual foi conseguido aos 33 minutos. o número nove do "team" vilafranquense, que de jornada a jornada vinha fazendo um esforço de abnegação, para a autoria de um tento, conseguiu finalmente os seus intentos pondo-se por assim dizer, de bem com os eus adeptos, que, já descontentes com o seu ídolo, não acreditavam na suas possibilidades. Torrão está pois de parabéns; o abraço  de que foi alvo pela maioria dos seus companheiros, após a marcação do referido golo. é  pois  um incentivo, de que só ele virá a beneficiar, assim a sorte o acompanhe.

As suas óptimas condições físicas, a par do melhor moral e ainda do conselho amigo do seu técnico se. José do Carmo,  poderão fazer dele, na presente época, o melhor marcador regional.  Disso  estamos certos.

Após a marcação deste tento melhor futebol foi praticado pelos vencedores, não tendo o marcador funcionado mais, pelas razões já apontadas. A. Augusto, o que melhor futebol jogado teve à sua mercê foi, em algumas jogadas, anulado facilmente. A par de umas tantas hipotéticas deslocações e faltas dos jogadores ribatejanos, que só  foram vistas pelo trio que a Comissão Distrital enviou a esta vila.

A equipa da nossa terra, que não pôde contar com todos os seus titulares, teve nos homens da retaguarda    o seu melhor sector. Matos, com pouco trabalho, esteve atento e seguro. O trio defensivo muito sóbrio e certo, esteve    na base    do triunfo da equipa. Da linha média, Feliciano, em grande plano, superou a juventude de M. Matos que teve algumas jogadas que deviam ser melhor doseadas no esforço, para assim poder acompanhar os movimentos mais rápidos.

O quinteto avançado sem    a ligação desejada, muitos passes, muita "caixinha", pouca convicção no remate,    praticando um futebol incaracterístico e monótono, sem a produção necessária. Graça voltou a evidenciar    os erros    anteriores, correrias e entradas em choque que só deslustram o espectáculo. Nuno muito certo, sem acusar a estreia, enquanto teve pernas. Nas fileiras do clube outros elementos, em melhores condições físicas, poderiam        resolver o problema a contento.    Torrão, melhor do que nos últimos jogos, deixa transparecer melhoria de forma. E.    Santo, abaixo do seu normal, andou muito fugido da zona de remate. A. Augusto, o popular "Fura-Redes", o qual     vimos pela primeira vez esta época, apresenta as mesmas características anteriores, remate fácil e pouco mais, parecendo-nos destreinado ou pouco integrado no    sistema da equipa ou ainda de vestir a camisola n.º11.

A equipa visitante com um único objectivo: defender. Pontapeando o "couro" de qualquer maneira,    no desejo de afastar o perigo da sua grande área a par de umas tantas entradas e jogadas além da melhor ética desportiva, sob a complacência do senhor árbitro.
Em reservas a vitória sorriu à turma vilafranquense, fazendo alarde de superioridade esmagadora, por sete bolas a zero.
Jogos para amanhã: Operário-Casa Pia ; Olivais-F. Benfica ; Alverca-Vilafranquense ; Palmense-Sacavenense e  ALHANDRA-SINTRENSE, este no campo da Hortinha, às 13 e 15 horas, em reservas e honra, respectivamente.

CLASSIFICAÇÃO ACTUAL

 1º Vilafranquense ..... 14- 5 -- 16p.
 2º Sacavensense........ 14- 6 -- 14p.
 3º Sintense................  9-11 -- 13p
 4º Casa Pia................ 10- 5 -- 13p.
 5º Operário............... 11-10 -- 13p.
 6º Olivais................. 18-12 -- 13p.
 7º Alhandra.............. 10- 8 -- 12p.
 8º F. Benfica............ 10-17 -- 11p.
 9º Palmense.............   8-17 --  9p.
10º Alverca...............   5-18 --  6p.

J. Oliveira
Vida Ribatejana

19 Outubro de 1957

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