1957/10/27 - Vilafranquense 2 x Olivais 1

Benjamim, capitão do União
Desportiva Vilafranquense em 1957/58

Jornada 8
Vilafranquense 2 x Olivais 1
27/10/1957

Provas da A. F. Lisboa
1.ª Divisão - 1.as Categorias


Mais uma ronda e chegaremos ao final da primeira metade da prova. Na jornada n.º 8, no último domingo, registaram-se os seguintes resultados: Casa Pia,    2-Alhandra, 1; Sintrense, 2-Sacavenense, 1; Alverca 1-Palmense, O; F. Benfica, 3-Óperário, 2 e Vilafranquense, 2-0livais, 1.

Pela primeira vez, no torneio em curso, se verificaram, na totalidade da Jornada, vitórias pela tangente e de todos os visitados. De assinalar a primeira vitória do Alverca, sobre os representantes de Palma de Baixo e o triunfo da jovem equipa dos "gansos" frente aos campeões da reg1ão. Nas outras partidas, os desfechos registados estavam dentro das previsões.

Vilafranquense-Olivais

Ficha do jogo: Campo do Cevadeiro. Início às 15 horas e 6 minutos. Árbitro sr. Máximo Afonso. Vilafranquense - Matos; Benjamin e Arnaldo; Inácio, Soares e Feliciano; C. Alberto, E. Santo, Torrão, Nuno e A. Augusto.
Olivais - Moutinho; M. Silva e Shecrone; José Maria, Gomes e V. Silva; Gonçalves, Américo, Figueiredo, Artur e Fernando. A escolha de campo pertenceu ao grupo visitante. Antes de principiar o encontro, pelo capitão da equipa da casa (Benjamim)  foi ofertado a Artur, chefe do "team" visitante artístico galhardete.

1.º tempo: 0-0. Apesar de algumas perdidas de ambos os sectores atacantes, o marcador não funcionou. Sendo de assinalar um
remate ao poste, por A. Augusto. E algumas jogadas em falta, de Torrão, a saltar com os olhos no adversário. A falta de serenidade e de mais futebol prático, foram as consequências do malogro da equipa vilafranquense nestes 45 minutos, onde Feliciano e Soares foram os mais certos. no grupo da casa.

2.º tempo: 2-1. Aos 2 minutos, Torrão explorando bem uma abertura do seu meia-direita, rematou frontal á baliza, apesar da estirada do guardião lisboeta. Volvidos 5 minutos, o grupo da casa voltou a marcar, ainda por Torrão, a concluir uma excelente entrega de Feliciano, com um remate rasteiro, fora do alcance de Moutinho. À passagem do primeiro quarto de hora, ainda foi Torrão, em tarde de inspiração, que conseguiu levar a melhor sobre a defesa contrária, para finalizar contra o prumo esquerdo da baliza dos "encarnados". A equipa Vilafranquense, parece que adormecida, foi de seguida "assaltada" pelo conjunto adversário, que numa forte reacção conseguiu atenuar a derrota com a marcação de um tento, óptimo de execução, por parte de Figueiredo.

Daí até final não mais o reduto defensivo dos vencedores esteve em sossego, tendo Matos que se empregar, por mais de uma vez, a fim de manter a vantagem da sua turma. A avançada local, afunilando o jogo no meio terreno, não conseguiu aumentar a vantagem, apesar de algumas oportunidades goradas.

Numa breve análise vamos apreciar a actuação dos elementos em campo:
Matos - confirmou a sua actual boa forma. óptima segurança e excelente visão nas bolas a rondar a sua área. Não tendo sido culpado no golo sofrido.
Benjamim, Soares e Arnaldo - O trio defensivo não se apresentou na aceitável execução a que nos vinha habituando. Só Soares, em excelente forma, conseguiu "secar" o n.º 9 adversário, tendo este, no único remate à baliza obtido golo, quando o "stoper" da casa tinha acorrido a um dos seus flancos a tapar uma desatenção de um seu colega. Os n.ºs 2 e 3 tiveram pela frente dois adversários de óptima técnica, o que os levou a nem sempre saírem vitoriosos. No entanto não comprometeram.
Inácio - do médio ala da casa saíram as jogadas de mais perigo para a sua baliza dado o descerto que evidenciou em toda a partida. Acusa má preparação física.
Feliciano - esteve igual a si próprio, alimentando o ataque e defendendo-se da melhor maneira. Jogador integrado no plano da equipa, joga e faz jogar. Assinando ainda os melhores lances de técnica executados no Cevadeiro
C. Alberto - depois de alguns domingos de ausência, esperávamos mais. Continua a evidenciar os mesmos defeitos. Desperdiçando algumas abertas e muito quezilento, a deslustrar o espectáculo.
E. Santo - em baixa de forma. Complicou muito o jogo com voltas e voltinhas. Quando se deixar de pessoalismos e jogar para a equipa, estamos certos que voltará ao seu melhor.

Vida Ribatejana, 02 de Novembro de 1957

Torrão - não vamos dar lições de moral, como alguns "entendidos" têm dito à mesa do café, acerca da nossa última apreciação, recaída sobre este elemento. O n.º 9 da casa está a evidenciar progressos, e é isso que deve interessar ao clube e àqueles que se prezando de desportistas vão assistir aos jogos de futebol. Os seus dois golos são elucidativos, e para mais, foi a par de Feliciano, Matos e Soares dos melhores na turma ribatejana, pelo que jogou. Esperamos que prossiga em tais cometimentos, que nós continuamos a criticar imparcialmente.
Nuno - produziu o trabalho que esteve ao alcance das suas faculdades,  parece-nos atemorizado com o  adversário. Não tendo tido ocasião para brilhar, pelos factos apontados à actuação da maioria dos seus colegas.
A. Augusto - igual a todas as exibições anteriores, com a agravante de não ter obtido qualquer golo. Muito deslocado para o centro do terreno a complicar o mais fácil. Excelente de oportunidade e surpresa o seu remate no inicio do segundo tempo. É elemento de créditos firmados, em outra época, e que deve ter lugar na equipa, mas... com outro número nas costas.

A Equipa Vilafranquense voltou a exibir-se com agrado, faltando-lhe apenas mais convicção por parte dos seus jogadores, em serem productivos para o grupo e não actuarem para a bancada. Audácia, poder e querer, devem procurar evidenciar os atletas da equipa local, para que a sua superioridade seja no final de cada encontro, compensada com um resultado amplo. Ao grupo visitante, uma "senhora" equipa, temos a fazer os maiores elogios. Excelentes praticantes, óptima condição fisica, regalando-nos com um futebol de autêntico campeonato, não fossem eles jogadores de segundo plano nacional. Parabéns a José Lopes, antigo jogador vilafranquense, seu actual treinador. Gomes (o melhor do conjunto), Artur, José Maria, Moutinho e os dois extremos foram elementos que deixaram boa impressão, pelo seu labor.

A arbitragem, procurando impor a sua presença, logo de inicio, teve os jogadores na mão. Não sendo merecedora das manifestações de uma parte do sector do público da casa, que não sabe ou não quis compreender o jogar de uma equipa da segunda divisão nacional e o futebol de má intenção. Em conclusão: trabalho bom e imparcial.

Classificação Actual


 1º Vilafranquense ..... 22 pontos
 2º Sacavensense........ 18 pontos
 3º Casa Pia............ 18 pontos
 4º Sintense............ 17 pontos
 5º Olivais............. 17 pontos
 6º Alhandra............ 16 pontos
 7º Operário............ 16 pontos
 8º F. Benfica.......... 15 pontos
 9º Palmense............ 11 pontos
10º Alverca............. 10 pontos

Reservas

A equipa vilafranquense voltou a opor-se, da melhor maneira, a mais um adversário, que veio a sucumbir por sete bolas a zero. Pena foi que alguns elementos visitantes tivessem enverdado pelo jogo violento.
É preciso saber perder, senhores reservista do S.L. e Olivais. A turma local com mais este amplo triunfo, caminha a passos largos para o título.

Domingo Desportivo

Palmense - Sintrense, Sacavenense - Casa Pia, Operário - Vilafranquense, ALHANDRA - F. BENFICA este no campo da Hortinha pelas 13 e 15 horas, em reservas e categorias de honra.

J OLIVEIRA
Vida Ribatejana

02 de Novembro de 1957

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