1957/07/15 Alhandra 3 x Alverca, 1.

Alhandra, 3 - Alverca, 1
15 de Setembro de 1957

Prosseguiu, no último domingo, com os jogos referentes à segunda jornada, o Campeonato Regional da 1.ª Divisão, no qual Participam 10 equipas, tendo-se averbado os seguintes desfechos:
Palmense 1 - Casa Pia, 2; Sintrense, 3 - F. Benfica, 2 ; Operário, 3 - S.L.Olivais, 4 ; Sacavenense, 1 - Vilafranquense, 2 ; Alhandra, 3 - Alverca, 1.

Assistindo ao encontro em Alhandra, e aproveitando o ensejo de presenciarmos a exibição dos pupilos de Verissimo e Cordeiro, antigos companheiros na saudosa equipa do Sporting Clube de Portugal, de há épocas, e actualmente a prepararem os "onzes" do Alhandra e Alverca, respectivamente, trazemos a estas colunas alguns breves apontamentos do mesmo encontro.

Com o sr. Agostinho Costa, da Comissão Distrital, a dirigir, os grupos formaram: Alhandra - Ribeiro; Pichel e Gonçalves; André, Benavente e Veríssimo ; Pessanha, M. Luís, Vasco, Nunes Pinto e António Alfredo.
Alverca - Emanuel; Hernâni e J. Ra­ mos; Rogério, Tomás e Mendon­ ça; M. Ferreira, Ezequiel, Catalarrana, Carneiro e Amadeu.

De um jogo falho de técnica e jogado por vezes a passo, sem o entusiasmo que tanto caracterizou as pugnas disputadas entre os dois grupos, em outros jogos, este encontro pouco ou nada deixou transparecer para a futura carreira, dos contendores, no campeonato em  curso.

O Alhandra, jogou um futebol muito rendilhado e adoptando -quanto a nós- uma táctica errada, pois as reduzidas dimensões do seu terreno não são propícias para tal disposição da equipa.

Vasco com o nº9 é afinal o distribuidor de jogo. A ele é sempre endossada a bola para desenvolver a ofensiva, jogando tão recuado que confundiu com os dois médios e ainda com os extremos a jogarem igualmente atrazados.
É pois na transposição de jogo que o Alhandra complica o mais fácil, a meio terreno, com a antecipação dos adversários mais lestos. A equipa da asa viu-se e desejou-se para chegar à meta.

Se não for a estreia auspiciosa do junior Nunes Pinto, autor de dois golos com uma desenvoltura impressionante, sempre em jogo, e não se atemorizando com alguma entradas mais ásperas da defesa adversária, o jovem elemento alhandrense foi, sem dúvida, o vencedor do encontro.

A defesa, com Ribeiro em bom plano, não teve nos homens da frente o acompanhamento desejado. Pichel, regular, tapando, nas suas faltas, o lugar do seu companheiro de centro, que vltou a nõ resolver, como no Domingo anterior, cabalmente, a sua missão. No entanto a segunda metade do tempo foi-lhe mais propicia, Gonçalves formou com o nº5 o ponto mais fraco da equipa. André superiorizou-se à veterania de Veríssimo que nos pareceu pesado demais.

PEssanha, M. Luís e A. Alfredo os mais fracos do quinteto avançado, apresentaram-se longe do seu melhor. Vasco, bom dominador de bola, e com óptimo remate, pouco se evidenciou, pelas razões já apontadas. As suas faculdades não foram ainda bem aproveitadas dentro do dispositivo da turma.

De Nunes Pinto já dissemos o suficiente, faltando-Ihe recomendar que não se envaideça com as referências elogiosas.

Do Alverca esperávamos muito mais. Entretanto aguardamos novo exame. Tomás, Mendonça e Carneiro; distinguiram-se. Não deixamos, no entanto, de lamentar as incorrecções de Joaquim Ramos, para com o sector do público.

A arbitragem, não influindo no resultado final, deixou algo a desejar, assinalando o que não via e deixando seguir sem punição o que merecia reprimenda.

Em reservas : Vitória do Alhandra por três bolas a zero.

Amanhã jogam: F. Benfica - Casa Pia; Alverca - Sacavenense; Olivais - Alhandra; Palmense - Operário; e Vilafranquense - Sintrense

J. OLIVEIRA
Vida Ribatejana

21 de Setembro de 1957

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